quinta-feira, setembro 30, 2004

Odeio, com todas as minhas forças, almoçar sozinha. Se as pessoas que gostam o mínimo de mim soubessem disso, não deixaram que isso acontecesse. O pior é que várias sabem. Ou será que essas várias não gostam de mim? Crise.
Teste do inferno
Ontem encarei duas horas de trânsito. Consegui ir de São Caetano para o Centro de São Paulo. Consegui não entrar na firma por causa da greve e tive de ir direto para outra sede da firma, onde tive evento. Detalhe: no cú (com acento) do mundo. Marginal. Consegue entender o que é encarar uma Marginal Pinheiros de manhã? Não? Nem queira.

segunda-feira, setembro 27, 2004

I am back, São Paulo
E eis que já estou aqui desde sábado. Eu e mais 65 volumes imensos de mudança. Espalhados por toda a casa. Um estresse. Eu olho, olho e não sei por onde começar. Ainda me sinto um cão assustado, fora da minha casinha, sem nem sentir seu cheirinho. Pelo menos quando abri a caixa com minhas almofadas pinks e turquesas da sala eu senti. Eu senti o cheirinho de minha casa. Ai, que bom. Até agora o balanço é:
1 copo rachado
1 blusa que vale uns 70 pilas retalhada pelo estilete (ela estava grudada no megadurex da caixa e foi junto na hora em que abrir)
2 camisinhas que estavam na gaveta do banheiro e que, misteriosamente, não vieram para São Paulo. E não foram usadas comigo. O cara da mudança que pegou está levando uma boa praga nesse momento. As camisinhas amaldiçoadas...
1 multa de carro com certeza. Hoje era o meu rodízio, elemento paulistano que eu tinha deletado das memórias RAM e ROM. Eu passei bem na frente de dois (como se um não bastasse, eram dois) amarelinhos (para os gaúchos = azuizinhos!).

terça-feira, setembro 21, 2004

Buffet
Magali Moraes é publicitária e escreveu Buffet, que li enquanto aguardava a vistoria, em cima do balcão. Eu e o bundão. Buffet é irônico, divertido, rápido. Li. E fiquei com dor na bunda e com as pernas sem sabe para onde balançar.
Terei muito plástico bolha para estourar e sublimar o período sem terapia em SP.
Constatações - ATENÇÃO - apenas para meninas/gurias lerem:
Café da manhã de hotel sem pão de queijo e requeijão não é café da manhã. Óbvio que aqui no flat ambos não existem.
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Toda mãe deveria ensinar a seu filho (homem) já no maternal que deve ser feita a ligação pós-coito. Uma coisa assim pantufas forever. Nem que seja para se fingir de meigo e fazer jus à educação dada pela mamãe. Principalmente quando o ser em questão pratica pólo, esporte de fina estirpe. Ok, ok, ao transcrever do papel do caderno essa linhas, a figura ligou. OK.
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Ou será que me confundiu com uma égua? Tudo bem que sou grande e já ouvi "gracejos" na frente da construção do naipe de "E aí, potranca..." Mas tô longe de ser égua. No máximo uma cavalinha, pink, daquelas de carroussel.
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Não quero namorado. Ainda mais agora em contenção de despesas. Nada de arranjar um namô 051 morando em 011. Quero apenas me divertir (beijar mooooiiiiito) nessa altura do campeonato de last week. Ainda mais com uma cama grande e fofa. E camareira pra arrumar tudo.
Cachorro perdido...
Como é bom fazer mudança rica - com os outros pagando. Anteciparam o horário. Fui pega na cama, provavelmente sonhando com algum ex (pra variar). Toca sair correndo, sublimar o banho de despedida do meu banheiro de bonecas. Tive 10 minutos para fazer a mala de uma semana, que pode ser tanto uma semana primaveril quanto uma semana chuvosa. E eis que a boiada entrou. E senti na pele o significado de "cara de cachorro perdido no meio da mudança". Eles te deixam no meio de tudo, rodando feito peão. Sem chance de ajudar. Bem que tentei, mas olharam com reprovação. Pensei que teria tempo de escolher mais roupas para doar. Necas. Fiquei até sem o par de botas na mala. E o dia hoje está chuvoso. As botas foram em uma das 6 (seiiiiissss) caixas tamanho família de sapatos. Sim, seis delas. Não caixinhas de sapatos. Caixas gigantes. Deu até vergonha. E como se não bastasse eu atrapalhar (eu que odeio que me atrapalhem), a Sabri veio atrapalhar junto num dia perfeito para dormir - feriado com chuva no Rio Grande do sul. Segundo ela, Porto estava chorando a minha partida. Vejam só como sou importante, poderosa. Porto deve chorar uma semana pela minha ida. Pelo menos hoje ainda está chorando. E me atrapalhando - sem carro, que a essa altura deve estar perto do Paraná. Algo assim. E pensar que Nei, Daiana e Dani também queriam ajudar. Os vizinhos iam achar que estava rolando uma rave em comemoração à Revolução Farroupilha: eu, quatro caras da mudança cheirando asa e meus ajudantes num ovo de 49m² forrado com 65 caixas de pertences, que provavelmente só voltarei a ver na próxima encarnação. Tipo, será que um dia acharei meu ovo da paz de prata da Christofle? E o meu CD do Moloko? E meus scarpins pink de verniz?
(escrito em cima do balcão da minha ex-cozinha americana, enquanto aguardava o moço atrasado da vistoria. Um sonho sentar sobre ele com o bundão, coisa que não podia fazer como dona da casa!)

quinta-feira, setembro 16, 2004

Tudo tem seu lado bom e seu lado ruim
O copo meio cheio ou meio vazio. Engordei. Muito. E pela primeira vez na vida me vejo com bunda. Sim, sempre fui uma desbundada, exceto pelo quadril típico jewish.

sexta-feira, setembro 10, 2004

Um dia de Magnólia
E eis que só às 20h30 de ontem me dei conta que estava completando dois anos de Porto. Tudo muito simbólico. Um perfeito dia de chuva de sapos. Um dia de Magnólia. Na hora do almoço fui para um lado porque optei a não ir ao famoso quilão podrão. Marquei almoço com uma amiga – sushi básico é sempre boa pedida. Ok, e nem sei como não rolei escada a baixo para passar como um furacão por um fantasma que, ontem, justo ontem, resolveu aparecer, depois de muito tempo sem mandar um buuuu que fosse de notícia. Imaginem que para fingir que não vi me joguei até em cima das ciganas da Praça da Alfândega. Uma, argh, agarrou meu braço com a lenga-lenga de “terás vida longa”. Quase mandei-lhe um cruzado no zoião. Perda do ar, dos sentidos, totalmente sem direção na rua da Praia. Como que pode? E como se não bastasse, a dona curiosidade bateu toc-toc e me fez dar meia-volta só para dar uma olhadinha. Mas o fantasma sumiu, deixando inclusive os amigos a ver navios, procurando-o. E eu fiquei com a imagem nuca-cabelo-bem-cortadinho-calça-lindinha-camisa-casual, bem asseadinho. Ok, como sempre digo, tudo passa, até uva passa. E à noite foi dia de passe. Passe totalmente do bem, branco, branco, lindo. Imagine um preto veio de olhões verdes linnnndos? Imaginou? Pois bem. E no meio do negócio me lembrei dos dois anos. Fazia sentido eu ter passado a tarde toda com a idéia fixa de fazer ontem a minha tatuagem-significado. Mas como tudo tem motivo para ser, não adiantou passar feito furacão para brincar de nem-te-vi-nem-tô-aí-pra-ti. Hoje, tive de dar oi pro fantasma. As mesmas coincidências que eu provocava há pouco mais de um ano. Pois bem, mas dessa vez bem real, sem provocação alguma. Sugeriram o quilão para almoço. Recusei, afinal estava chovendo. Vamos comer aqui mesmo. Sugerem lugar na ala dos charuteiros. Recusei. (Pelo menos isso). Sentamos. Entra o amigo do fantasma. Entra e sai. Oooops, senti que há algo de errado nesse rápido vai-e-vem. Sabia. O fantasma veio almoçar junto. Um revival de equipe, sabecomé. Putz. Só porque ontem – disseram – estava vestida para matar. Hoje, básica, casual-Friday. Ta, mas nada que fizesse feio. Saquei meu melhor sorriso (como dia a Puppy, que faz uma falta danada) e cumprimentei, respondendo. E almocei, porções de passarinho (course...) sob uma chuva de rãs. E depois há quem diga que não há destino, coincidência, sincronicidade e o raio que o parta. Como eu digo, isso reforça a tese de que a vida é feita em ciclos. Mas bem que não precisavam mandar tantas rãs de uma só vez, certo?

quinta-feira, setembro 09, 2004

Só para homens
Eis que soneguei informação. Na verdade, todos os dias ao chegar em casa olho a placa “Só para homens” com fonte ri-dí-cu-la feita no computador e lembro que esqueci de contar. Só para homens é a porra do salão de beleza Só para homens que em breve será inaugurado na loja em baixo do meu prédinho. Uó. Só para homens é um local de inspiração faroeste. Paredes de madeira pinus, porta vai-e-vem, cactus na decoração e, na vitrine uma sela sobre um cavalete do lado de um cactus e um lampião. Quer mais? Tem mais: lampiõezinhos na parede do lugar. Ai. Ainda bem que me mudarei bem loguinho. Já pensou? Pior que isso? Só a dona do Só para homens chegando hoje, às 8h10, de táxi. E você saindo da sua garagem. E, claro, como se faltasse lugar sobre a calçada (lá tem um espação) para o táxi imbecil parar, ele pára bem na frente da garagem. E você já acionou o portão eletrônico. E tem de ficar esperando as duas antas: uma pagar e a outra dar ré. Ai o portão fecha, e você abre de novo. E nenhum dos dois filhas-da-puta para pedirem desculpa ou agilizarem o processo. Notem bem: às 8h10 da madruga, quando você está indo para a terapia. Ninguém merece, isso rende mais 10 anos de terapia. E você lembra que tem ainda tantos outros assuntos para tratar lá além de coisas Só para homens...

sexta-feira, setembro 03, 2004

E quando eu queria deitar no meu microsofá no sábado, ver todas as séries do mundo da Warner e da Sony com o sol, aquele – o solzinho – que bate durante o dia no apartamento, no meu braço.... eu estarei em dois workshops. Eu digo, vou explodir, está sendo tudo ao mesmo tempo agora. Não está sendo fácil, diria a blind Kátia.
Quase pifando
Sabe uma panela de pressão pronta para explodir. Tô assim. Sinto que a qualquer momento terei um ataque cardíaco. É sério. Sinto peso nas costas, um estresse horrível. O pior é que estou tentando resolver todas as milhares de coisas que tenho de zerar aqui em Porto e... tchan, várias dão merda. Ai meus sais. Meu estômago arde como pança de dragão. Azia, azia, azia. Um horror. De nervoso. Alguém me salva, me dá colo e faz cafuné. O pior que o mundo desabou tanto, com tantas coisas, que deixei até uma amigona na mão. Furei um almoço e ela lá, no restaurante, me esperando. Esse é o fim do poço.

quinta-feira, setembro 02, 2004

E além de estar no limbo, no limo. Estou na lama, na poeira: lá na Expointer. E para piorar, se é que pode. Depois de mais de um mês mandei lavar o gordo preto do meu carro. Ontem, à noite, porque fui jantar e o cara do estacionamento sentiu que a situação era crítica lá com o gordo. Ok, trabalho feito. Pra quê? Hoje amanheceu chovendo e vai ter lama na Expointer. Maravilha!
Agora estou viciada em Super Duper Love, da ma-ra-vi-lho-as Joss Stone, cujo CD (The Soul Sessions) colou no aparelho de som do carro. Acho que não sai mais.

No limbo
Fase muito assim, tipo assim, nhé, como diria a Rê. Sai pra lá urucubaca, sai desse corpo que não te pertence. Ansiedade a mil e vontade zero. Como disse a Neide hoje: eu costumo chamar isso de “estar no limbo”. É lá mesmo. E no limo também. Sem vontade alguma de encarar o faxinão em casa. Nem queiram imaginar, mas é uma coisa assim pré-mudança. Sabe como é: gosto do meu apê. Então tenho de deixá-lo desgusting para ter nojinho e sair sem saudade. Impossível. O solzinho que bate a tarde no sábado, o janelão pra varanda aberto e eu deitada em meu micro sofá é uma cena muito meiga para eu odiar.