Vocês sabem que vim nesta vida a passeio. Mas não tá parecendo. Ontem fui fazer compras depois de 15 dias a pão (bolacha) e água. A aranha se demitiu da minha geladeira e acabei com o estoque de atum e milho em latas e de miojo. Bom, fui às compras. Carrinho cheio de tudo o que preciso (queijos, requeijão – básicoooo -, iogurtes, leite, tomates e alface amaericano, etc) e as besteiras para o evento de hoje. Carrinho lotado mesmo. Pensei até em abandoná-lo no meio do caminho de preguiça.
Bravamente fui até o fim. Tive até de usar o pobre garoto que sempre se oferece para ajudar a colocar as coisas no carro e eu declino.
A caminho de casa, cruzo a Cristovão Colombo para fazer a volta e poder entra na minha rua. Epa… tudo muito escuro. Breu total. Começo a suar, pensar na chuva forte e a rezar para que estivesse com luz do meu lado da rua. Não. O posto de gasolina estava às escuras. Começo a chorar, sem crer naquilo e falo com Deus. Como ele pode deixar que essas coisas acontecem comigo, sozinha, abandonada em Porto Alegre. Choro – a essa altura já não sei bem se choro porque falta luz, se é porque ninguém me ama, ninguém me quer ou se é porque eu tinha pressentido que deveria deixar o carrinho lotado no meio do caminho. O fato é que choro e buzino para o porteiro abrir o portão (que é elétrico). E continuo chorando. Paro para gritar muito forte dentro do carro. Levo um susto e o porteiro outro. Buá, aí começo a chorar de novo porque o porteiro (justamente o que eu menos gosto) me viu gritando. Mereço? Não. Entro na minha vaga maldita. E ainda tenho de chorar dentro do carro, pensando em como tirar as 356 sacolas do porta-malas e levá-las para dentro de casa. Penso em tirar apenas o que for de geladeira (ou seja, boa parte). Mas é impossível. A escuridão impede. Resumo da ópera: não fui à academia. Perdi a aula de local, mas fiz 4 viagens até perto do elevador (para deixar as coisas no coberto), peguei uma chuva bem forte no cocoroco e fiz 8 viagens escada acima-escada abaixo com as sacolas. É.
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