Um dia de Magnólia
E eis que só às 20h30 de ontem me dei conta que estava completando dois anos de Porto. Tudo muito simbólico. Um perfeito dia de chuva de sapos. Um dia de Magnólia. Na hora do almoço fui para um lado porque optei a não ir ao famoso quilão podrão. Marquei almoço com uma amiga – sushi básico é sempre boa pedida. Ok, e nem sei como não rolei escada a baixo para passar como um furacão por um fantasma que, ontem, justo ontem, resolveu aparecer, depois de muito tempo sem mandar um buuuu que fosse de notícia. Imaginem que para fingir que não vi me joguei até em cima das ciganas da Praça da Alfândega. Uma, argh, agarrou meu braço com a lenga-lenga de “terás vida longa”. Quase mandei-lhe um cruzado no zoião. Perda do ar, dos sentidos, totalmente sem direção na rua da Praia. Como que pode? E como se não bastasse, a dona curiosidade bateu toc-toc e me fez dar meia-volta só para dar uma olhadinha. Mas o fantasma sumiu, deixando inclusive os amigos a ver navios, procurando-o. E eu fiquei com a imagem nuca-cabelo-bem-cortadinho-calça-lindinha-camisa-casual, bem asseadinho. Ok, como sempre digo, tudo passa, até uva passa. E à noite foi dia de passe. Passe totalmente do bem, branco, branco, lindo. Imagine um preto veio de olhões verdes linnnndos? Imaginou? Pois bem. E no meio do negócio me lembrei dos dois anos. Fazia sentido eu ter passado a tarde toda com a idéia fixa de fazer ontem a minha tatuagem-significado. Mas como tudo tem motivo para ser, não adiantou passar feito furacão para brincar de nem-te-vi-nem-tô-aí-pra-ti. Hoje, tive de dar oi pro fantasma. As mesmas coincidências que eu provocava há pouco mais de um ano. Pois bem, mas dessa vez bem real, sem provocação alguma. Sugeriram o quilão para almoço. Recusei, afinal estava chovendo. Vamos comer aqui mesmo. Sugerem lugar na ala dos charuteiros. Recusei. (Pelo menos isso). Sentamos. Entra o amigo do fantasma. Entra e sai. Oooops, senti que há algo de errado nesse rápido vai-e-vem. Sabia. O fantasma veio almoçar junto. Um revival de equipe, sabecomé. Putz. Só porque ontem – disseram – estava vestida para matar. Hoje, básica, casual-Friday. Ta, mas nada que fizesse feio. Saquei meu melhor sorriso (como dia a Puppy, que faz uma falta danada) e cumprimentei, respondendo. E almocei, porções de passarinho (course...) sob uma chuva de rãs. E depois há quem diga que não há destino, coincidência, sincronicidade e o raio que o parta. Como eu digo, isso reforça a tese de que a vida é feita em ciclos. Mas bem que não precisavam mandar tantas rãs de uma só vez, certo?
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