sábado, maio 20, 2006

Um conto com Cara de Toquinho com Bigodón Japonês, Gordota e Agnata (ou vale a pena ler!)
Pois bem, ela foi novamente em seu estudo antropológico da noite. Mais uma vez sozinha. A regra é: nada de decotes (senão, será tachada de p...). Comportada, elegante como sempre: calça jeans vintage da Zoomp, blusa de seda da Ellus e scarpin altésimo de cobra da Pára-Raio. Sem decotes, apesar de todos eles serem de muito bom gosto. Ok, ela dá uma de mané bem mané e rouba um banco bem na posição estratégica: vê-se todo mundo que entra e circula. Senta. Pede um Kir Royal. Discreta. Torpedo para Kelly: ela errou a hora, cedo demais. Outro torpedo e visualiza um moço indicando sua pessoa para a garçonete. Ele iria mandar uma bebida. Era bem pegável, cara de sério, fazendo HH pós-trabalho. Mas mudou de idéia, apesar de continuar a olhar. Tudo anda e parece que será chato...

Mais torpedo. Dessa vez, Kelly pergunta por quantos ela abateu. Nenhum e abater era o verbo aplicável para Cara de Toquinho com Bigodón Japonês, Gordota e Agnata. Pois é... as três encarnaram em sua pessoa. Deu pra ouvir, quando de repente o som deu uma baixada: "Aquela moça....." e vários quaquaquaquas. E toda insistiam em olhar. Conjecturou 3 possibilidades: acharam que ela era uma p..., mesmo sem decote; acharam que ela levou um fora e estava sozinha, ou acharam que ela estava muito à caça. Agnata (que deveria vender tudo que tem e ainda fazer um empréstimo para operar e parar de sofrer de ATM, colocar uma prótese de silicone e passar a ter queixo, colocar aparelho para conseguir fechar a boca, e de quebra, dar um óculos para o namoradinho [bem bemmmm, diga-se de passagem] para ele ver como ela realmente é) quase ouviu um "Algum problema?" da pessoa, mas sacou e se escondeu. A mão da pessoa é grande. E machuca! O tormento demorou a passar. Mas tudo passa, até uva passa. A noite parecia que seria longa e lenta. (E foi).

No outro extremo, ela avista Regis, o advogado-fã-de-retórica-e-Zelito-by the way-whatever-follow me...Uma verdadeira metralhadora randômica. Manda dois torpedos cheios de sarcasmo para provocar, mas sem efeito. Ele não os lê. Mais tarde ele a vê e se aproxima com seu sorriso sacana (sacana é a palavra para seu sorriso, apesar de ser deliciosamente sacana - ele; e o sorriso). Vem, vai... zanza, flerta com ela e com as outras. E ela lá. É um verdadeiro Jude Law em Alfie, o Sedutor. Como diz um amigo, homem sente cheiro de homem e eis que vários passaram a notar sua nada pequena presença. Um baixinho malhado com cara de semi-mau que estava acompanhado (agora ela se arrepende de não ter dado bola quando ele veio passar bem próximo de suas costas). Ela já o vira outras vezes... Quem sabe numa próxima. Um outro... Mas como incompetência pouca é bobagem, ela dá trela para Regis, o advogado-fã... Whatever... E lá vem aquele papinho que em suma é meio como o blog falecido Se eu cozinho não lavo... Se não der eu não beija. E longa conversa. Bêbado como um gamba, mas numa coisa ele tem razão... consegue concatenar todas as idéias. Longa discussão. Ela queria beijar. E decidiu não dar (notem, ela não disse que não QUERIA...). Mas não ia mesmo. Tá, na hora ela ainda não tinha tanta certeza disso... Ok, tudo termina no 0 x 0. Ele diz que a respeita porque não vai dar e ela teve de respeitá-lo porque ele só beija quem dá... e está solteiro e não quer compromisso e patati e patatá.

E Cara de Toquinho com Bigodón Japonês e Gordota? A primeira foi quem deu o estarte à provocação. Feia, cara de velha. Um perfeito cão com rugas medonhas no famoso bigode japonês (ou será chinês). Whatever (será que isso pega?). Gordota... coitada... chegou ao ponto de olhar tanto e quase ficar com torcicolo. Acabou dando trela para o judeu mais estranho da face da Terra. Se não falha sua memória, ele é conhecido como Robocop (meninas que já o viram pelo Bom Retiro, ajudem). Como se não bastasse, elas eram amigas do Mané bem mané, que começpou a se atracar com uma mina bem ao seu lado. Ele também riu dela. Mas como sua praga também pega... desejou que eles se atracassem e derrubassem a Erdinguer inteira. Longe de seu scarpin. E assim foi. Em cima do som da banda. Como o pedido foi específico, ela já tinha até calculado que ao sinal de incêndio após o curto, quebraria a janela ao seu lado para escapar longe do pânico que se formaria. Mas não foi preciso. As pragas para as demais ainda se concretizarão. Ela tem fé. Cara de Toquinho terá um bigodón japonês/chinês (melhor bigodón oriental) tão grandes que se parecerão com fiordes... longos e profundos. Gordota ficará sem um fio de seu cabelo ruim.

O que restou foi ir para casa com a certeza de que elas sofrerão. E de que é preciso deletar um número de seu celular.

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